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terça-feira, maio 01, 2007

As tábuas do palco

Um destes dias fui ao Teatro da Comuna, na Praça de Espanha em Lisboa, ver a peça “Tartufo” de Moliére. A história é simples: um falso beato tenta enganar uma família fazendo-se passar por muito amigo e enganando-os descaradamente; consegue enganar alguns dos familiares, mas os mais atentos apanham-no numa armadilha; desmascaram o aldrabão, mas perdem a fortuna não fosse a mão da Justiça salvá-los mesmo a tempo. Cheia de trocadilhos, insinuações, lições de moral e de vida e toda em verso, esta peça é uma crítica social repleta de actualidade. O elenco é de luxo e as interpretações são brilhantes, nomeadamente o protagonista desempenhado pelo excelente actor Carlos Paulo. A encenação é do grande João Mota que completa este ano 50 de carreira enquanto “A Comuna” perfaz 35. Em época de celebrações vale a pena passar por esta sala e rir à grande e à francesa com esta comédia de grande qualidade.

Que bem que me soube! Tinha saudades e nem me tinha apercebido. Assim que entrei na sala senti o pó do palco, o cheiro próprio do local, uma atmosfera mágica, enfim... aquelas tábuas seduzem-me. Adoro esta arte e a proximidade com a acção e com os actores. Não me lembro da primeira vez que fui ao teatro, mas lembro-me de ter ido sempre. De facto houve agora uma espécie de licença sabática que espero ter sido interrompida de vez. Gosto de aplaudir no final com gosto e com um sorriso nos lábios, porque o espectáculo que acabei de ver me encheu as medidas. Já tive o privilégio de ver grandes actores em cena e isso é uma sensação de felicidade e prazer que já ninguém me pode tirar. Ahh, é verdade, também já pisei as tábuas do palco, mas infelizmente a peça teve de ser cancelada devido ao facto de um amigo ter ido lá para fora lutar pela vida. Apesar de ter sido apenas em ensaios (muitos e muitos), gostei da sensação, gostei de decorar texto, gostei de contracenar e de perceber que poderia ter estado alguém a ver. Na realidade, estavam os meus colegas do grupo que sempre me incentivaram e deram a maior força. Talvez um dia destes regresse à arte da representação, afinal existe essa possibilidade, o que nesta fase da minha vida, é das melhores propostas que me poderiam ser feitas.

E como não sou de perder a embalagem esta semana regresso, como espectadora, a uma sala de teatro para ver um elenco de luxo. Grandes mestres e senhores do palco me aguardam!

Saudações virtuais