Aventura farmacêutica

Na sexta-feira passada constipei-me. Deitei-me com ligeiras dores de garganta e no sábado estava bem fanhosa. Aspirinas e claritine e a coisa começou a melhorar. O resto do fim-de-semana passou-se bem, dentro da medida dos possíveis, e na segunda-feira lá fui trabalhar. Que isto é mesmo assim: quem está bom para a festa também está bom para trabalhar.

O pior foi o choque com o ar condicionado, por mais que as minhas colegas colocassem o ar para quente, eu só sentia frio. Portanto, ali estava de casaco vestido e xaile nas costas que nem uma velhinha, como todo o respeito pelas velhinhas. A tose piorou, a febre chegou e à tarde resolvi ir para casa porque nm me conseguia concentrar no trabalho.

E lá fui às urgências do Centro de Saúde. Tendo em conta a quantidade de pessoas presentes nem esperei muito:1h30 minutos. Um médico simpático lá me examinou e receitou aquilo que lhe parecia ser o indicado para os sintomas que descrevi e apresentei. E foi aqui que começou a aventura.

No meu concelho costumam estar três farmácias de serviço e para grande sorte minha, pensei eu, uma delas ontem era bem pertinho de minha casa. Arrastei-me até lá, é esta a expressão correcta, e primeira surpresa: não tinha dois dos medicamentos. Então vou a outra. Vim a casa buscar a chave do carro e lá fui.

Na segunda farmácia ouvi o farmacêutico a dizer "o médico só receita coisas deste laboratório", portanto uma referência aos lobbies farmacêuticos. E lá fiquei a saber que não tinha outro medicamento. Então, vamos à terceira farmácia e supreendam-se os mais incrédulos: não tinha o mesmo medicamento e outro. Portanto, eram 23h30 e eu, com febre, cheia de tosse e frio andava de farmácia em farmácia à procura dos medicamentos que já devia ter começado a tomar duas horas antes.

Depois de equacionar uma ida à capital tive uma ideia: o centro de saúde fecha à meia-noite, volto lá e o médico passa-me uma receita por medicamento. Como já sabia quais as farmácias que tinham o quê, era só deslocar-me ao local certo com a receita correspondente. E assim foi, num estado ainda mais doente lá voltei ao médico. Lá aceitou a minha sugestão.

Claro que no espaço de duas horas houve medicamentos que esgotaram e a queixa foi unânime: "o médico é o mesmo e está a passar os mesmos medicamentos a toda a gente". Que fazer? Ainda tive de ir a outro concelho comprar o antibiótico e telefonar para uma outra farmácia, do meu concelho, para me rezervaremo medicamento que faltava. Foi uma canseira sem explicação!

Era uma da manhã quando estava a tomar todos os medicamentos e o cansaço e sensação de esgotada eram tão grandes que nem li as respectivas bulas. Eram tão fortes que "foi tiro e queda". Há quem até preferisse que tivesse sido tiro seguido de queda. :-) Mas não... foi apenas para dormir e descansar. Quero é ficar boa e depressa!

Agora é o resto da semana em casa, por ordem do médico.

Entretanto, já me vieram trazer trabalho que isto de estar doente deve ser para os ricos ou para quem não tem nada que fazer.

Nesta minha clausura forçada vou dar-vos notícias, prometo!

Saudações virtuais