À minha avó Eulália!

Era uma Senhora! E muito, muito amiga dos netos. De todos. Sem preferências. Éramos todos os meninos dela, os meninos do coração. Muito mimados. Nunca se esquecia de um aniversário, de nenhum membro da família e nem dos amigos mais próximos. Sempre que fazíamos anos era mais que certo que a avó ia aparecer com um bolo feito por ela para comemorar. Os meus preferidos eram o de bolacha (não há nenhum como o dela) e a fabulosa tarte de maçã (ninguém a fazia como ela).

Na minha memória vão estar sempre as histórias que nos contava vezes infinitas, o sem número de vezes que nos levou ao cinema para ver a "Música no Coração" ou o "Jesus Cristo de Nazaré". Todos os anos tinhamos estes dois rituais. Mas vimos outros filmes com ela e teatro e fomos a muitas festas juntos e fizémos vários passeios juntos e nem me atrevo a falar de jantares de família. Para a minha avó qualquer ocasião oferecia razão suficiente para nos reunirmos numa grande almoçarada ou jantarada e conviver em família. Mesmo os aniversários de pessoas já falecidas na família eram comemorados, porque era uma forma de os perpetuarmos. Coisas da minha avó que sempre respeitamos. :-)

A minha memória vai sempre lembrar-se dos fabulosos Natais em que nos reuniamos quase 30 pessoas à volta de uma mesa. Deus meu, era fabuloso!Era uma pessoa muito bem disposta e tinha um sorriso espectacular. O mais lindo do mundo. Era a minha avó (a única que conheci) e eu tenho muitas saudades dela (acho q ficou perceptível neste

post).

Havia muito mais para dizer sobre esta Senhora, mas as ideias estão a saltar na minha cabeça e sei que me esqueci de quase tudo apesar de ter escrito tanto.

Tenho a certeza que uma das estrelas que vi no céu, no fim-de-semana passado, era ela a olhar para mim. Eu sorri-lhe, apenas!

Há oito anos depois de dois passos de dança (num passeio, uma das coisas que mais gostava de fazer) sentou-se numa cadeira e disse à minha tia: "A mãe vai descansar só um bocadinho...". E ainda está a descansar. Como ela sempre quis e pediu: não sofreu. A tristeza foi e ainda é muita. Mas as lembranças boas são sempre a nossa fuga. Um beijinho avó.

Saudações virtuais

NB: Este foi o post mais difícil que escrevi até hoje e sei que está muito, mas muito incompleto e que ela merecia muito mais. Mas é duro e não consigo escrever mais nada. Sei ainda que sou a cara dela chapada e isso faz-me feliz e disso sou lembrada todos os dias. :-)