Houve, então, um ano em que a Antena 3 anunciou que ia transmitir a cerimónia dos Óscares em directo. Não hesitei e ali tomei a minha decisão: directa coladinha ao rádio, nesse ano (não me recordo qual, mas foi há alguns) ia saber as novidades todas em primeiríssima mão. E assim foi! Passei a noite na companhia da minha aparelhagem, sintonizada na 3 e vivi as emoções todas em directo. Daqui para a frente também eu criei uma verdadeira produção para a acompanhar este acontecimento: Dormia de dia, arranjava leituras e um verdadeiro repasto que servia de despertador durante a madrugada. Ahhh, folhas de papel e uma caneta eram as minhas ferramentas: Fazia verdadeiros relatórios da entrega dos prémios (onde até a hora de cada entrega era inserida). Quando a TSF passou também a transmitir a entrega de prémios mudei-me para lá e continuei o meu ritual anual. Depois chegou a vez da televisão e virei-me para a caixinha que mudou o mundo, mas sempre com um rádio por perto e com os mantimentos; aqui os livros ficaram pelo caminho porque a imagem ganhou sobre eles. Ainda me lembro de sair de casa para a faculdade de rádio e headphones para ouvir a emissão até ao fim e saber qual era o melhor filme do ano. Vi os Óscares em directo até ao ano em que comecei a trabalhar. As responsabilidades têm o poder de nos tirar alguns dos prazeres da vida e este foi um deles, já não aguento uma noitada em dia de semana sem descansar um pouquinho. Felizmente, o formato desta cerimónia mudou e o tempo de duração foi reduzido em cerca de duas horas. O último prémio era noutros tempos entregue pelas 7h30 da manhã (hora portuguesa) e agora às 5h já está praticamente tudo decidido. Outros tempos...
Este ano adormeci e acordei já a transmissão ia a mais de meio, mas foi mesmo a tempo de assistir à entrega dos Óscares mais importantes. Soube bem, mas não houve a magia da rádio, não havia lanchinho, não havia apontamentos e havia muito sono pelo meio. A grande novidade foi estar acompanhada e poder comentar na hora os premiados. Nada mau... Relembrei os velhos tempos e isso soube-me bem, soube-me muito bem. Já dizia o Vítor Espadinha “Recordar é viver” e hoje eu vivi!
Saudações virtuais
3 comentários:
Ena, este ano, pela primeira vez, consegui assistir a quase toda a cerimónia em directo. O sono venceu-me e a decepção também. Achei o que vi uma seca, com piadas mais que previsíveis (apesar de gostar muito da Ellen!), sem ritmo, com vestidos muito banais, penteados horríveis, demasiada dança... Como se não bastasse, os meus preferidos não venceram e, mais uma vez, confirmou-se a hipócrisia da Academia. Depois de o ano passado ter querido mostrar-se moderna e prá frentex ao dar 30 mil nomeações e óscares ao Brokeback Mountain, recusou-lhe o galardão da noite como se fizesse questão de minimizar a sua vitória. Este ano, fez o mesmo... com os mexicanos! Ó pra nós aqui tão abertos e fraternos a nomear tudo o que é hispânico e depois, na hora H, prémios... bem poucos! E para Babel, que põe o dedo na ferida e explora as vicissitudes da ridícula nação que muitas vezes os EUA são, nem vê-los!
Depois de ver o ano passado o Jon Stewart, a Ellen soube-me a frango... Mas não deixam de ser os óscares!
lbg,
já no ano passado tinhamos comentado a questão da abertura ao mundo. SAbes como é nem todos têm uma mente tão aberta como nós, mas vão tentando, o que já não é mau.De qualquer forma o facto de a terem a distinção das nomeações não deixa nunca de ser um factot positivo e de mostras de abertura, não se pode ter tudo. Há que ter esperança. Quanto ao espectáculo gostei do que vi.
elora,
lá está é o tal "bom"de que falaste no teu cantinho. Nem todos os anos pode ser excelente, mas como dizes, e bem, são os óscares.
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