sexta-feira, novembro 25, 2011

O dístico


Nos idos de 2004 foram colocados, na freguesia, onde resido parquímetros. Por essa altura calculei que nós, os moradores daquela zona, não tívessemos de pagar parque por termos as viaturas estacionadas à porta de casa ou nas redondezas. E se assim o pensei assim o percebi rapidamente, uma vez que nos foi colocada na caixa do correio uma carta que continha todas as informações necessárias para tratarmos de obter o dístico que, uma vez colado no vidro do carro, nos daria a bendita isenção de pagamento de parque. Caso contrário não haveria orçamento que suportasse a despesa. Na posse dos documentos necessários lá me dirigi à Câmara Municipal para tratar das burocracias inerentes à obtenção do papelinho que me asseguraria isenção de pagamento; pena que não assegure também o dito lugar, mas isso é outra história. Com tudo tratado fui para casa com um talão que serviria de dístico até que o mesmo me chegasse via correio. Quando isso aconteceu, coloquei-o no cantinho inferior esquerdo do vidro da frente do carro (tal como indicado por quem de direito) e segui a minha vida normalmente; tendo sempre o cuidado de estacionar só e apenas nos locais indicados para moradores, porque nos não indicados lá teria de desembolssar euros indesejáveis. E tudo correu sempre bem. No ano seguinte fui informada por carta que teria de renovar o selo e lá procedi como da primeira vez, ficando tudo resolvido no prazo máximo de mês: tinha assim o meu distíco para 2006-2007; um quadrado amarelo com letras brancas, o que dá uma facilidade de leitura tremenda sendo que o sol foi comendo as poucas cores do autocolante. E assim vivi com este distíco até aos dias de hoje, contudo sempre estranhando que, de quando em vez - poucas vezes, mas algumas, de facto - me aparecessem multas no carro por estacionamento indevido. Umas foram perdoadas e outras nem por isso. Nunca questionei muito a questão, contudo a razão apontada na última multa era "data de dístico inválida" e isso deu-me que pensar e fez-me ir olhar para o autocolante amarelo apagado onde em letras brancas esmorecidas estava escrito "2006-2007". Fez-se luz, obviamente, e percebi a razão dessas algumas multas que foram aparecendo. Mas eles nunca mais avisaram e uma pessoa tem mais em que pensar. Praticamente no mesmo dia, fui à Câmara e tratei do novo dístico; tenho agora um papelinho provisório e, um dia destes, ou o oficial chega a casa, via entrega em mão, ou vou levantá-lo ao local próprio. "2012-2013" já está tratadíssimo! E toca a não esquecer que o raio do dístico é anual e que todos os anos tenho de me apresentar em sede própria para solicitar um novo.
Saudações virtuais

Sem comentários: