quarta-feira, julho 24, 2013

Que farei com este blog?***

Tenho por este cantinho um carinho muito especial. Aqui relatei grandes momentos da minha vida, outros menos agradáveis; aqui confessei os meus maiores sentimentos, alguns dos meus medos e receios, também; aqui falei de grandes conquistas; revelei músicas e os seus significados para mim; filmes e a forma como me marcaram; escrevi sobre livros e a marca que me deixaram; revelei paixões inconfessáveis; falei das minhas pessoas, aquelas que me fazem e me tornaram naquilo que sou diariamente. Enfim, aqui abri a minha alma e mostrei-me como sou sem maquilhagem e sem qualquer floreado. uma espécie de "Alta Definição" à ma mode
Tive comentários, muitos, e também tive leitores, bastantes. Cheguei a ter uma referência na revista Visão. Nada disso me moveu para a escrita; a escrita faz parte de mim desde sempre; a escrita está intrínseca em mim; não vivemos uma sem a outra: nem eu sem a escrita e nem a escrita sem mim. Somos uma só. Se não escrevo aqui então é porque me deambulo pelo facebook ou porque me perco nos inúmeros caderninhos, ou pedaços de papel, que me acompanham diariamente e onde escrevo até que a alma me deixe. E a minha alma deixa sempre, porque escrever é, de facto, das coisas que mais gosto de fazer e que mais prazer me dá. Por isso é que foi fácil escolher uma profissão e por isso é tão doloroso vê-la tão mal tratada e ver os seus profissionais tão desprezados. Sim, sou jornalista e gosto muito de o ser, contudo, nos dias de hoje, tem de se fazer um enorme esforço para continuar a acreditar nesta profissão tão destratada por todos e, principalmente, pelas entidades patronais.
Tanto discurso para dizer que as escritas por aqui há muito que não diárias, há muito que são o mais esporádico que existe; enfim, há muito que este cantinho especial me recebe cada vez menos. A questão é acabar com ele ou não? Confesso que pôr termo a este espaço é algo que não consigo fazer, mas já não é aqui que me apetece regressar, no final de cada dia, para botar prosa, a minha prosa. Mas a vontade de escrever não acabou e não acabará nunca, disso tenho a certeza, no entanto há necessidade de levá-la a outros locais e outras paragens.
Este espaço não morre, este espaço não acaba, não poderia nunca, porque está recheado de mim, das minhas pessoas e das minhas coisas; mas fica em stand-by e cá voltarei se achar que assim o devo fazer.
Vou voar para outro sítio e por lá nos encontraremos, ou não, mas aqui, neste momento e nesta fase, não há espaço para o "Eu" que agora sou e para a vida que agora vivo e que continuo a gostar de viver.

Saudações virtuais

***Alusão propositada ao "Que farei com este livro?" de António Aleixo, poeta popular algarvio

1 comentário:

Storyteller disse...

Até já. Aqui ou num outro local!
:D