Era um homem alto e esguio, com alguns cabelos brancos, sempre com um sorriso nos lábios e era o meu avó materno.
Tenho as melhores recordações dos momentos que passei com ele e foram muitos, felizmente. Fui a primeira neta e, se calhar, por isso muito mimada. Mas todos os netos eram muito mimados e nunca houve qulquer distinção entre nós.
Lembro-me de fazermos teatros, cartões e representações inventadas por nós para animar as suas festas de aniversário. E lá estava sempre a lágrima no canto do olho em forma de agradecimento. E éramos sempre muito aplaudidos. Um sucesso! Sucesso tal que apenas fazíamos espectáculos únicos, porque pertencíamos a uma categoria artística muito elevada. :-)
Quando eu era miúda, e era seguro andar na rua sozinha e sem qualquer problema, encontrava sempre o meu avô no jardim ou no café com os amigos dele. Lembro-me de, na Primavera e no Verão, os meus pais me deixarem ir para o jardim sozinha, porque "o avô está lá e vai dando um olhinho". Foram os primeiros tempos de autonomia, porque o avó estava lá mas não estávamos sempre juntos e eu brincava à vontade com os outros meninos e as outras meninas.
Há 15 anos um telefonema do Hospital deu-nos a notícia. Foi um momento de muita tristeza para todos. O mundo perdeu uma excelente pessoa e o céu ganhou uma estrela mais brilhante.
Saudações virtais
9 comentários:
O meu avô João era um velhote careca, que não morria nunca. Era velhote careca quando eu nasci e continuou a ser quase toda a minha vida. Um dia desvaneceu-se. O Avô João do meu filho era um homem alto e forte que morreu depressa demais. Espero que o avô João dos meus netos não me deixe sozinha nunca.
Agora fiquei também a pensar no meu avô Correia, que partiu há 23 anos, e na minha avó, mãe da minha mãe que lhe foi fazer companhia há 3 anos. Um dia seremos nós.
A morte... que tema tão... alegre?! Os meus avós ainda estão vivos, mas já perdi pessoas muito queridas. Prefiro lembrar-me das pessoas quando elas eram vivas, dos seus trejeitos, das suas manias, das suas imperfeições, das suas qualidades e de tudo aquilo que vivi com elas. Aquilo que deixam para trás dentro de um caixão é só uma embalagem vazia e não é assim que gosto de as recordar. Sim, um dia seremos nós também. Que aqueles que deixamos para trás se lembrem de nós da primeira forma e não da última...
elora,
:)
vido,
mas um dia que ainda está longe, se Deus quiser!
mafarrico,
não acho que seja um assunto triste. é uma data que me marcou e muito. se leste o post com atenção verificaste que só falo de momentos de alegria que passei com o meu avô João. não me lembro dele dentro da caixa como dizes, mas sim muitos e muitos anos antes disso e quase até lá. pq a doença não permitiu mais. das pessoas que passam por aqui, tu és daquelas q sabe q recordo todos os meus avós com muita saudsde e com muito carinho. :) e tenho pena de não ter conhecido a minha avó materna, mas dela falarei noutro dia. :)
ERRATA,
a avó que não conheci foi a paterna e não a matrerna. My mistake!!!!! it happens!
ERRATA,
a avó que não conheci foi a paterna e não a materna. My mistake!!!!! it happens!
Li o post com atenção e devo dizer-te que também devo fazer uma errata. Qualquer coisa como: "Tal como tu recordas o teu avô, também eu prefiro lembrar-me das pessoas..." e blá blá blá, o resto está no comentário anterior. Era isto que queria escrever, mas isto é o que dá quando o cérebro está a borbulhar de ideiazinhas e os deditos não conseguem acompanhar. Quanto à introdução ao meu comentário, foi uma "piquena" ironia... Ultimamente ando um pouco "sequita". Espero que seja passageiro.
Os avós são sempre extremamente carinhosos e fazem-nos todas as vontades. O meu avô materno contava-me imensas histórias infantis, cujo significado apenas descobri a pouco tempo...são palavras que ficam nas nossas memórias...são conselhos de vida...transmissão de experiências e conhecimentos...
Também me lembro imenso do meu avó e nunca sairá do meu pensamento. Bem haja avozinho por tudo o que tu foste e fizeste por mim!!! Amo-te MN
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