domingo, maio 28, 2006

Ao meu Avô Pichel

Além de dar opiniões e contar alguns episódios da minha vida, este espaço também tem servido para homenagear pessoas que passaram pela minha vida (algumas ainda o estão apesar de ausentes fisicamente) e as que ainda, felizmente, fazem parte do meu mundo.


Hoje, 28 de Maio, vou falar-vos do meu avô Pichel. Era o meu avô paterno e eu era a menina dos olhos dele. Disso nunca haverá dúvidas.


Não tínhamos um relacionamento diário porque ele vivia na capital do Queijo da Serra, mas sempre que podia metia-se no comboio e lá vinha ele ver a “minha netinha”. Eu, portanto! Esteve sempre presente nos meus aniversários e nunca teve qualquer problema em fazer a viagem sozinho até Lisboa para me mimar. Tenho filmes e registos fotográficos de muitos dos momentos que passámos juntos. Quando vinha de férias a Lisboa fazia questão de me presentear quase diariamente com meia-dúzia de pastéis de nata “queimadinhos, que é como a minha neta gosta”. Sim, são o meu bolo preferido de todos os tempos! Claro, que eu dividia os bolos com toda a gente e não, não sou diabética. :-)


Lembro-me de ir à terra do meu avô e de passear de mão dada com ele, de ir ao café com ele e de ser super protegida. O que fazia com que quase não me deixassem (o meu avô vivia com duas tias minhas) sair sozinha ou escolher os meus amigos. A única ocasião em que eu lá ia com regularidade era no Natal. Grandes natais aqueles. A casa era ( e é) grande, podia correr, saltar os degraus, brincar “à panhada” na cozinha e desfrutar do bom ar que havia no quintal. Era divertido! Principalmente porque os meus pais também lá estavam nessa ocasião.


Durante a minha adolescência o meu avô veio viver connosco para Lisboa. Foi sempre engraçado o convívio e nunca me vou esquecer do maior Sportinguista que conheci até hoje. Se ele não me conseguiu converter, ninguém consegue.


Com 91 anos o meu avô Pichel era uma das pessoas mais lúcidas que eu conheci até hoje. Contava histórias do namoro com a minha avó Carmelina e eu ouvia deliciada.


E sim, esta é aquela parte é aquela em que vos falo de mais uma estrelinha que brilha no céu. Simplesmente, porque gosto de pensar assim. Há 17 anos o meu avô foi brilhar para o céu e eu ainda hoje o recordo e ás suas histórias com muita ternura, amor e carinho.


Saudações virtuais

8 comentários:

Rui Barroso disse...

Olá, BlueAngel!

"Vi-te" num comentário no blog da Rosa e decidi seguir o teu rasto.
Ainda bem que o fiz porque gostei imenso desta tua linda e bem arejada casa.
Frequentá-la-ei assiduamente.

Um beijinho para ti!

P.S. - E que grande avô que tiveste!

Rosa disse...

Sempre que comento um post sobre avôs, não consigo evitar dizer a mesma coisa: tenho uma grande nostalgia de avôs. Já só tenho uma avó, mas todos viveram sempre longe de mim e nunca cultivámos uma ligação muito estreita. Tenho pena...

Diário de um Anjo disse...

Os avós são os nossos segundos pais...

O Mafarrico disse...

Enfim... Avós, ainda tenho os quatro. Sei que sou um bicho raro... Ou por outra, eles são, pois são excepções a nível de longevidade. Não consigo imaginar a minha vida sem eles, porque pais já não tenho e eles são as minhas raízes... Mas já tenho tantas, tantas memórias no meu álbum de fotografias e filmografias mentais... É reconfortante pensar que eles persistirão assim, mesmo depois de partirem...

BlueAngel aka LN disse...

ana,

nemmais. Dão-nos alento para continuarmos.

footprints,

sejas muito bem-vindo e obrigada.

rosa,

eu só não conheci a minha avó paterna e felizmente tive sempre um convívio muito saudável com os meus avós. Os avós são o máximo. :-)

diário de um anjo,

felizmente paranós que podemos falar assim. Infelizmente, nem todos podem dizer o mesmo.

mafarrico,

és de facto uma pessoa cheia de sorte a esse nível. Aproveita-os bem.

Anónimo disse...

O meu avô Pichel chama-se avó Joaquina. É uma mulher de armas, forte como ninguém. Felizmente, ainda a tenho por perto. Doze netos e quatro bisnetos depois, continuo a ser o preferido. Talvez por ter sido o primeiro. Talvez e tão só porque somos demasiadamente parecidos e porque há atitudes dela que os outros não entendem e que a mim não fazem outro sentido. Por isso, compreendo bem e tocou-me fundo esta tua homenagem. May we all be together one day. Bjs

Elora disse...

Avôs fazem uma falta danada!

AR disse...

Bonita a vossa história! Tenho lembranças tão boas dos meus avós que já me deixaram e tenho, constantemente, bons momentos com os meus avós que tenho a sorte de ainda conservar.