Além de dar opiniões e contar alguns episódios da minha vida, este espaço também tem servido para homenagear pessoas que passaram pela minha vida (algumas ainda o estão apesar de ausentes fisicamente) e as que ainda, felizmente, fazem parte do meu mundo.
Hoje, 28 de Maio, vou falar-vos do meu avô Pichel. Era o meu avô paterno e eu era a menina dos olhos dele. Disso nunca haverá dúvidas.
Não tínhamos um relacionamento diário porque ele vivia na capital do Queijo da Serra, mas sempre que podia metia-se no comboio e lá vinha ele ver a “minha netinha”. Eu, portanto! Esteve sempre presente nos meus aniversários e nunca teve qualquer problema em fazer a viagem sozinho até Lisboa para me mimar. Tenho filmes e registos fotográficos de muitos dos momentos que passámos juntos. Quando vinha de férias a Lisboa fazia questão de me presentear quase diariamente com meia-dúzia de pastéis de nata “queimadinhos, que é como a minha neta gosta”. Sim, são o meu bolo preferido de todos os tempos! Claro, que eu dividia os bolos com toda a gente e não, não sou diabética. :-)
Lembro-me de ir à terra do meu avô e de passear de mão dada com ele, de ir ao café com ele e de ser super protegida. O que fazia com que quase não me deixassem (o meu avô vivia com duas tias minhas) sair sozinha ou escolher os meus amigos. A única ocasião em que eu lá ia com regularidade era no Natal. Grandes natais aqueles. A casa era ( e é) grande, podia correr, saltar os degraus, brincar “à panhada” na cozinha e desfrutar do bom ar que havia no quintal. Era divertido! Principalmente porque os meus pais também lá estavam nessa ocasião.
Durante a minha adolescência o meu avô veio viver connosco para Lisboa. Foi sempre engraçado o convívio e nunca me vou esquecer do maior Sportinguista que conheci até hoje. Se ele não me conseguiu converter, ninguém consegue.
Com 91 anos o meu avô Pichel era uma das pessoas mais lúcidas que eu conheci até hoje. Contava histórias do namoro com a minha avó Carmelina e eu ouvia deliciada.
E sim, esta é aquela parte é aquela em que vos falo de mais uma estrelinha que brilha no céu. Simplesmente, porque gosto de pensar assim. Há 17 anos o meu avô foi brilhar para o céu e eu ainda hoje o recordo e ás suas histórias com muita ternura, amor e carinho.
Saudações virtuais
8 comentários:
Olá, BlueAngel!
"Vi-te" num comentário no blog da Rosa e decidi seguir o teu rasto.
Ainda bem que o fiz porque gostei imenso desta tua linda e bem arejada casa.
Frequentá-la-ei assiduamente.
Um beijinho para ti!
P.S. - E que grande avô que tiveste!
Sempre que comento um post sobre avôs, não consigo evitar dizer a mesma coisa: tenho uma grande nostalgia de avôs. Já só tenho uma avó, mas todos viveram sempre longe de mim e nunca cultivámos uma ligação muito estreita. Tenho pena...
Os avós são os nossos segundos pais...
Enfim... Avós, ainda tenho os quatro. Sei que sou um bicho raro... Ou por outra, eles são, pois são excepções a nível de longevidade. Não consigo imaginar a minha vida sem eles, porque pais já não tenho e eles são as minhas raízes... Mas já tenho tantas, tantas memórias no meu álbum de fotografias e filmografias mentais... É reconfortante pensar que eles persistirão assim, mesmo depois de partirem...
ana,
nemmais. Dão-nos alento para continuarmos.
footprints,
sejas muito bem-vindo e obrigada.
rosa,
eu só não conheci a minha avó paterna e felizmente tive sempre um convívio muito saudável com os meus avós. Os avós são o máximo. :-)
diário de um anjo,
felizmente paranós que podemos falar assim. Infelizmente, nem todos podem dizer o mesmo.
mafarrico,
és de facto uma pessoa cheia de sorte a esse nível. Aproveita-os bem.
O meu avô Pichel chama-se avó Joaquina. É uma mulher de armas, forte como ninguém. Felizmente, ainda a tenho por perto. Doze netos e quatro bisnetos depois, continuo a ser o preferido. Talvez por ter sido o primeiro. Talvez e tão só porque somos demasiadamente parecidos e porque há atitudes dela que os outros não entendem e que a mim não fazem outro sentido. Por isso, compreendo bem e tocou-me fundo esta tua homenagem. May we all be together one day. Bjs
Avôs fazem uma falta danada!
Bonita a vossa história! Tenho lembranças tão boas dos meus avós que já me deixaram e tenho, constantemente, bons momentos com os meus avós que tenho a sorte de ainda conservar.
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