Dupla maioridade

Visto assim começo a achar que tenho direito a uma nova carta de condução (sem exames por favor!) e que posso exercer o meu direito de voto duas vezes em cada acto eleitoral. Para quem não percebeu, de hoje em diante e durante o próximo ano terei 18 anos em cada perna.

Nasci há precisamente 36 anos fruto de um grande amor do qual vejo provas incondicionais todos os dias. É bom viver assim num lar aconchegante e caloroso, onde as pessoas não têm medo de demonstrar o quanto gostam umas das outras.

À família de sangue junto a “família que eu escolhi”: os meus amigos. São os melhores do mundo: apoiam-me nas minhas decisões, choram comigo, riem comigo e, quando é preciso, chamam-me à razão e, pacientemente, ouvem-me e oferecem-me os seus conselhos e opiniões sem nunca pedirem nada em troca. É esta a verdadeira amizade e é nesta que acredito. Devido ao facto de nem todos pensarmos assim já deixei algumas amizades pelos caminhos da vida. De umas tenho pena e de outras... dessas outras percebo cada vez mais que a minha entrega foi em vão. Tenho pena, mas a vida continua... Além disso, outras amizades surgiram e algumas pessoas, por quem não nutria qualquer sentimento especial, revelaram-se verdadeiras surpresas e fazem hoje parte de um círculo que muito prezo e que não dispenso. Se ainda me vão desiludir? Não posso saber isso e, cada vez mais, sei que temos de estar preparados para tudo. Mas, também sei que, já aprendi muito e dificilmente cairei nos mesmos erros, logo as probabilidades de me decepcionar nas relações interpessoais são practicamente nulas (mas é impossível ter certezas neste campo assim como noutros).

Ao longo destes anos tive alguns desgostos (o facto de ter perdido entes queridos foram os mais difíceis de suportar), mas as alegrias que ficaram e as que vou tendo superam os momentos mais negativos que tive de ultrapassar.

Neste último ano, um novo universo surgiu na minha vida: os blogs. Passei a conhecer melhor alguns dos meus amigos e “conheci” outras pessoas que já fazem parte dos meus dias e por quem nutro sentimentos de simpatia e em alguns casos de amizade. É o mundo virtual a entrar no meu mundo pessoal. Escrever é para mim um prazer e perceber que as minhas palavras transmitem aquilo que sinto dá-me uma sensação de dever cumprido e de satisfação pessoal. Tenho esse direito!

Se o resto da minha passagem por este mundo for como até agora posso considerar-me uma pessoa de sorte, de muita sorte. Sei que isso é um privilégio e todos os dias agradeço esta dádiva que já recebi e que vou recebendo.

Gosto de viver.

Gosto da vida.

Gosto de viver a minha vida.

Gosto de viver a minha vida convosco!
E agora chega de lamechice e let’s party.

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Saudações virtuais