É sem dúvida um dos meus escritores preferidos. O primeiro livro da sua autoria que li chama-se "Cada Homem É Uma Raça" e adorei. Depois desse vieram os outros todos e não são poucas as vezes em ofereço títulos deste senhor aos meus amigos. Uma escrita inventiva, onde as palavras (re)nascem e ganham um novo brilho e sentido. Uma escrita onde se relatam tradições, crenças, histórias e estórias moçambicanas, onde cada página pode ser uma lição melhor do que aquelas que se aprendem nos bancos de escola. Conheço todos os seus livros de prosa e cada novidade entra cá em casa quase ao mesmo tempo que sai da gráfica. Somos fãs incondicionais. Até hoje desconhecia que também tinha passado pela poesia. A revista VISÃO tem como opção de compra, desde há três semanas, um livro. Esta colecção tem um pormenor interessante e original: abrange a poesia e a prosa de cada autor no mesmo livro. Portanto foi com curiosidade que hoje abri o livro directamente nas páginas de poesia até porque a prosa desta semana já eu li mais que uma vez e é uma história lindissíma. Logo no primeiro poema fiquei rendida e já estão quase todos lidos. Aqui deixo o primeiro poema, pelo qual me apaixonei de imediato, do grande Mia Couto
Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato
morro
No mundo por que luto
nasço
Setembro 1977**
Saudações virtuais
** Raiz de Orvalho e Outros Poemas, Mia Couto, Editorial Caminho, SA, Fevereiro de 2009
2 comentários:
Eu sei que sou parva, mas apetece-me dizer que Couto é nome de gato... Ou então de pasta de dentes.
Lindo!
A descobrir... prosa e poesia.
Jinhos***
Enviar um comentário