terça-feira, novembro 27, 2012

15 dias, 15 canções - #12

Chuva, Mariza

O Fado foi declarado Património da Humanidade, pela UNESCO, há um ano e eu não podia deixar passar esta data em branco.
Confesso que nem sempre fui amante deste tipo de canção. Lembro-me de ser adolescente e de ter ido, com os meus pais e amigos, à casa de fados da Maria da Fé: Sr. vinho de seu nome. Mas que grande seca apanhei naquela noite, não gostei pois claro, mas sempre lhes fui grata por me terem dado a conhecer mais um género musical. Tirando Carlos do Carmo nunca mais quis nada com o fado. Sempre achei que era música para velhos; enfim, preconceitos da adolescência sobre o mundo dos adultos. Nunca mais quis ouvir fado e sempre que senti a sua sonoridade fugia a sete pés. Fado nunca mais! 
Mas cresci, amadureci e um dia, por mero acaso, os meus ouvidos sentiram a voz da grande Mariza a entrar e tudo mudou num ápice. Passei a ouvir o fado de outra maneira, a aprender com o que ouvia, a comover-me com cada palavra e nota e comecei a identificar-me com alguns poemas e melodias.
Hoje posso dizer com toda a sinceridade que gosto de fado e muito. A minha preferida será sempre a grande Mariza, que já tive oportunidade de ver várias vezes ao vivo. Gosto da forma como nos embala, como dança, como se envolve, como se/nos comove com as palavras deixando-nos entregues à sua voz e ao seu timbre de forma natural. 
Este fado é o meu preferido, quando cantado pela voz dela, tem a crueldade das palavras sobre sentimentos encantadores e aconchegantes. Esta é a única  Chuva  de que gosto. 

Saudações virtuais

NB: Aqui entre nós, que ninguém nos ouve, não suporto nem um pouco a Amália Rodrigues, contudo reconheço que foi muito importante o contributo que, através do fado, deu para a divulgação desta canção portuguesa.

Sem comentários: